Quando idealizamos nossa
vida no mundo do trabalho na profissão docente é interessante pensar em
estabilidade e consequentemente acessar uma vaga em uma escola de ensino
regular ou técnico, no ensino básico ou superior. Este planejamento passa pela
experiência do concurso público e vencer as diversas etapas que o constitui
requer conhecimento das barreiras que teremos que transpor. Uma destas etapas,
que é objeto deste texto, diz respeito à organização do currículo acadêmico, que
ora é desconhecido das pessoas ou simplesmente não é atualizado pela falta de tempo na
vida agitada. As pessoas geralmente desconsideram a
importância do currículo no processo de seleção em concursos públicos na área
da docência ou processos de seleção para cursar mestrado ou doutorado. É sobre o tema “Fatores que interferem na construção de um bom
currículo acadêmico” que desenho alguns apontamentos.
Quando pensamos na
construção de um “bom currículo” o primeiro aspecto a ser considerado é que
existe um investimento pessoal de médio a longo prazo em relação à produção
acadêmica que implica na participação em diferentes atividades de ensino,
pesquisa e extensão, experiência profissional, entre outras atividades. Esta
produção acadêmica e inserções em atividades diversas, como por exemplo a
experiência profissional, devem iniciar com no mínimo 03 anos de antecedência à seleção de uma vaga na pós graduação strictu sensu ou submissão a um concurso para docência no ensino superior/educação
básica. A ideia é centrada em um bom planejamento pessoal profissional.
Percebemos que as
pessoas só se dão conta de organizar seus currículos acadêmico no momento em que resolvem fazer a inscrição para um
concurso e se deparam com as exigências do edital em relação a documentação
exigida. E aposto ainda que desconhecem aspectos importantes que interferem na
análise e pontuação de um currículo.
Me permitam fazer
alguns questionamentos: seu currículo é atualizado periodicamente? Você costuma
guardar em lugar de seu conhecimento e segurança todos os certificados de
cursos, palestras que ministra, orientações realizadas e eventos que participa? Sabe mensurar o que pontua na área do concurso que pretende e pode colocar você em vantagem em relação
ao seu concorrente? Se mantém em formação contínua em sua área de conhecimento?
Espero
que os apontamentos a seguir colaborem para sua aprovação em concursos que
incluam a prova de títulos como item obrigatório.
1-
Observar que a pontuação em algumas modalidades de análise do currículo tem
pontuação máxima por interstício (por ano ou período). Ou seja por mais que o
candidato tenha participado em vários eventos e tenha publicado em todos,
resumos, resumos expandidos, trabalhos completos, existe uma pontuação máxima
para o período determinado pelo edital do concurso por cada um dos itens mencionados.
Ex:
Produção acadêmica /trabalhos publicados em eventos/trabalhos completos: cada trabalho equivale a 05 pontos,
podendo ser considerado no máximo 05 pelo interstício de 03 anos.
Se
analisarmos todos os itens passíveis de serem pontuados no currículo e o fator
limitante da pontuação máxima por tempo de interstício é possível afirmar que é
preciso diversificar a participação em atividades acadêmicas. Não desconsiderar
ao mesmo a necessidade de investir tempo na produção acadêmica usando como guia
mestre o que pontua na prova de títulos nos concursos para a docência.
2-
Em relação à valorização da experiência profissional cabe destacar dois
aspectos. O primeiro é a valorização da experiência docente seja no ensino
superior ou na educação básica. O detalhe é que nem sempre é considerado a área
em que atuou ou a carga horária ministrada. Conta-se apenas o tempo de
experiência, que pode ser considerada a partir de seis meses. As oportunidades
de atuar como professor substitutivo, colaborador, com vínculo apenas
contratual e não efetivo, ou ainda em instituições particulares de ensino pode
não ser atrativo financeiramente ou não oferecer estabilidade, contudo é um
investimento curricular relevante que pode fazer a diferença em alguns
preciosos pontos. O segundo aspecto diz respeito a pontuação conferida a quem
foi aprovado em concurso público para a docência na educação básica. Mesmo não
assumindo se for publicado em diário oficial é considerado.
3-
Organizar sistematicamente os certificados de participação em bancas
(avaliadoras, TCC, mestrado), orientações diversas, eventos, comissões de
organização de eventos, avaliadores de trabalhos em eventos científicos, coordenação de seção de apresentação de trabalhos em eventos científicos, ministrante de cursos e minicursos, enfim
toda situação acadêmica passível de certificação, deve ser uma prática
constante de quem tem como meta prestar um concurso ou concorrer uma vaga de
docência em qualquer nível de ensino. O que é comum o candidato se deparar com
o desespero de ter participado de várias atividades na área educacional,
algumas anteriormente mencionadas e não ter tido a preocupação de buscar os certificados
que certamente estão esquecidos em algum arquivo ou foram incinerados. Pela
lógica o candidato mais organizado em relação à sua documentação comprobatória
terá grandes chances de sucesso.
4- Não
podemos desconsiderar que em muitos concursos no ensino superior é valorizado
publicação na área em revistas indexadas, uma vez que se pretende-se que o
professor atue em programas de mestrado e doutorado. O mesmo pode acontecer em
concursos para vaga de cursos técnicos ou na educação básica onde se valoriza
titulação e experiência profissional. Contudo a análise do currículo não exime (descarta) outras atividades
pedagógicas e acadêmicas que podem em uma disputa de pontos fazer toda a
diferença. Na educação básica pode significar a escolha da escola onde se quer
atuar ou algo similar. No ensino superior pode significar uma aprovação e uma
boa colocação com possibilidade de ser chamado do prazo de validade do
concurso.
5-
Preencha uma via da tabela de pontuação do seu currículo, atento a todos os
detalhes em termos de certificação que você considera pertinente (faça uma simulação)
e fique com você. No resultado final do
concurso, conforme o edital você poderá entrar com recurso e contestar o
resultado.
6-
Você pode concorrer a uma vaga no ensino superior passível de ser preenchida
apenas para quem tem titulação de mestre e doutor, dependendo do edital, mesmo
sem ter concluído as especializações strictu
sensu exigidas. Novamente aconselho ler com atenção o edital do concurso
para confirmar esta possibilidade. Se você for aprovado poderá apresentar o
diploma do título em questão no momento em que for chamado para apresentar
documentação. Esta situação implica em um excelente resultado na prova escrita
e na prova didática pois pode ser que você esteja concorrendo com candidatos
mais titulados. Aceite o desafio, no mínimo você terá a oportunidade de experiência
de prestar um concurso público.
7-
Não desanime se não obter sucesso na conquista da sonhada vaga. Soma-se experiência
e a banca pode indicar alguns erros que poderão ser reavaliados para o próximo
concurso. Posso citar casos em que o candidato e hoje colega de trabalho no
ensino superior que passou por dez concursos. Nesse mesmo sentido não se
intimide com o currículo ou universidade de origem dos outros candidatos.
Confie em seu potencial, no investimento pessoal seu currículo e preparação
para a prova escrita e didática.
8-
Leia atentamente o edital do concurso e grife aspectos importantes que trata do
currículo. Organize seu currículo e releia com atenção o edital para perceber
se não cometeu erros básicos de preenchimento ou esquecimento.
Nunca
é tarde para investir na vida acadêmica. Tenha contatos com professores e
projetos nas universidades. Invista em uma formação continuada. Enriqueça seu
currículo continuamente.
Texto em construção
Dúvidas
escrevam.... querem acrescentar algo ao texto...escrevam também. Grata
Profª
Drª Ana Lúcia Crisostimo
Docente
da Universidade Estadual do Centro-Oeste UNICENTRO-PR
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