Não existe modelo único para se conduzir o ato pedagógico da situação da “aula” ministrada em contextos educacionais, mas existem alternativas básicas para facilitar o processo ensino-aprendizagem.
Ensinar não é apenas um processo de transmissão de conteúdos. Ensinar e aprender implica uma rede de relações dos processos comunicativos. É uma troca de experiências, de forma organizada e sistematizada em função da aprendizagem. O professor não pode se limitar a uma comunicação unilateral, mas estimular os alunos para que busquem eles próprios as respostas aos seus próprios problemas.
O ato pedagógico se realiza pelo diálogo que motiva e não pelo monólogo que inibe.
Ainda que o aluno aprenda de cor regras, princípios e fórmulas, é preciso que esteja motivado para aprender. Grande parte dos fracassos, reprovações, evasão, está ligada à falta de motivação.
Para ter-se em vista os resultados a serem alcançados, o professor precisa lançar mão do planejamento concernente ao ensino, materiais didáticos e paradidáticos, recursos tecnológicos educacionais.
Ensinar é uma situação científica e ao mesmo tempo artística (movimentos, gestos, voz, pausas, empatia, proximidade, quadro de giz etc.). Quanto mais próximos estes processos, mais eficientes os resultados, ou seja, se faz importante diversificar as formas (métodos e técnicas), para enriquecer o processo de aprendizagem.
Enfocando a exposição oral-dialogada, já que se trata da técnica mais utilizada, pode-se dizer que uma aula é um conjunto de habilidades, ou seja um conjunto organizado de comportamentos e atitudes que investem na relação professor-aluno.
Um primeiro momento seria a organização do contexto, o que corresponde à etapa de introdução da atividade pedagógica. O professor apresenta os objetivos (comportamentos que espera dos alunos), situa o conteúdo no contexto geral (relações e implicações). A seguir, inicia a etapa de desenvolvimento do ato pedagógico onde o professor explora os conceitos, métodos e processos a serem utilizados, apresentam analogias, apresenta os materiais de apoio e formula questões.
Relevante a habilidade de saber ilustrar com exemplos. Com base nos conceitos e questões formuladas, o professor fornece aos alunos exemplos simples (conceitos e princípios), depois outros mais complexos, solicita exemplos dos alunos, sempre relacionando aos conceitos ou temas trabalhados.
Outra habilidade de ensino é a formulação de questões, partindo do simples ao complexo. A pergunta promove a reflexão, a discussão e a compreensão, tendo o fim de promover o “feedback”. Mantém a expectativa, evitando-se as respostas prontas e suscitando a descoberta por parte dos alunos. A pergunta formulada ao professor deve ser devolvida ao grupo para que os alunos reflitam sobre a questão.
O último momento pedagógico da aula é a conclusão da aula, o que supõe uma retomada analítica de cada ponto específico estudado, que será destacado para que o aluno tenha a visão do todo. Concluir não significa dar acabamento final, mas abrir novas perspectivas do conteúdo, preparando o aluno para a etapa seguinte. A formulação de um problema nesta fase é quase indispensável para gerar preocupação reflexiva no aluno quando este sai ao término da aula.
Estas sugestões não pretendem inibir a criatividade do professor. Porém, sabemos que o processo ensino-aprendizagem vai bem além da transmissão de um conteúdo. Não bastam apenas conhecimento e vocação, que são fundamentais, mas com um bom conhecimento didático-pedagógico e bom relacionamento professor-aluno tornam o ensino mais interessante e produtivo.
Ao lado do conhecimento (saber), existem os aspectos afetivos e psicológicos (saber-ser) do professor. Estas duas variáveis (independentes) interferem significativamente no saber-fazer – o ato pedagógico (conhecer-sentir-realizar).
Quanto mais experiente for o professor, mais eficiente (é possível) ele se torna. Porém, pode se tornar reticente a modificações e acumular certos vícios do próprio processo de maturação. O bom professor não é um profissional “acabado”, pois está sempre envolvido em aperfeiçoamento constante. O treinamento didático lhe permitirá uma revisão sequencial dos seus próprios padrões de ensino. Ante de se “achar” um bom professor, o profissional deve consultar seus próprios alunos, e de forma honesta verificar as críticas a respeito do seu desempenho.
Texto produzido a partir da releitura do texto original “Alternativas metodológicas para o ensino” de Lauro da Silva Becker – Educação Hoje, Palmas Pr. 1983.
Atividade pedagógica a ser desenvolvida pelos acadêmicos do 3º ano de CB -manhã/ UNICENTRO na disciplina de estágio supervisionado: Comentar e resumir o texto trabalhado em aula acima mencionado.
Estrutura da aula expositiva dialogada
ResponderExcluirI. Abordagem geral
Introdução
Trata-se de uma abordagem geral dos diferentes métodos e técnicas de ensino. Não existe um modelo único para se conduzir o ato pedagógico, mas existem alternativas básicas que podem facilitar o processo ensino-aprendizagem.
Ensinar e aprender implica em uma rede dinâmica entre professore e aluno. Ensinar não é apenas repassar conteúdos, mas sim organizar ideias e experiências que contribuam para a aprendizagem. Para isso deve haver diálogo, o professor deve estimular os alunos para que eles busquem respostas de seus problemas. O diálogo educa, faz com que os alunos se envolvam com o assunto. Além disso, o aluno deve ser estimulado a pensar para que seus pensamentos sejam concretizados e ele aprenda.
Para que todo esse processo ocorra de uma forma eficiente a aula deve ser apresentada com meios que facilitem a compreensão do assunto, como textos, imagens e slides. Essas alternativas no ensino tornam o contato professor-aluno mais vivo, dinâmico e menos cansativo.
II. Abordagem específica
Trata dos aspectos da exposição oral dialogada, por ser a técnica mais utilizada no ensino superior.
Uma aula é um conjunto de habilidades, organizadas e sistematizadas de comportamentos.
Uma aula bem estruturada apresenta determinados passos:
1º. Organização do contexto
- O professor apresenta os objetivos aos alunos, determinando os comportamentos esperados por parte dos alunos;
- Localiza o conteúdo dentro do contexto geral;
- Explora conceitos, métodos e processos a ser utilizados;
- Apresenta analogias e materiais de apoio para facilitar a compreensão do conteúdo;
- Formula questões específicas ao conteúdo.
2º. Ilustração com exemplos
- O professor fornece exemplos simples e aumenta gradativamente a complexidade dos exemplos apresentados;
- Relaciona os exemplos com os conceitos estudados;
- Solicita exemplos dos alunos e pede que os alunos expliquem a relação entre os exemplos e os conceitos.
3º. Formulação de questões
O professor explora o aluno com perguntas, solicitando a compreensão de cada etapa do processo. O objetivo das questões começa evocando a memória, depois provocando a compreensão e aplicação para, num momento final, suscitar o pensamento e a criatividade dos alunos.
- As perguntas promovem a reflexão, discussão e reflexão;
- O professor deve evitar dar respostas prontas, sem estimular os alunos;
4º. Conclusão da aula
A conclusão supõe uma retomada analítica do conteúdo estudado e a organização de esquemas elaborados pelos alunos.
Concluir não significa dar o assunto por acabado, mas também abrir novas perspectivas sobre o conteúdo, preparando o aluno para a etapa seguinte.
III. Conclusão
Espera-se que esta discussão não iniba a criatividade do professor, mas apenas deixe claro que o processo ensino-aprendizagem vai além da transmissão de conteúdos.
Para se ser um bom professor, é necessário além do conhecimento específico, também o conhecimento didático-pedagógico.
Enfim, quanto mais experiente for o professor, mais eficiente ele se tornará. Um bom professor não é um profissional “acabado”, mas envolvido num aperfeiçoamento constante.
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