quarta-feira, 30 de março de 2011

Pluralismo Metodológico no Ensino de Ciências

Universidade Estadual do Centro-Oeste - UNICENTRO
Laboratório de Ensino de Biologia

O pluralismo metodológico propõe a utilização de diferentes métodos/estratégias de ensino no ensino de ciências/educação científica. Esta vertente educacional considera que todo o processo de ensino/aprendizagem é altamente complexo, mutável no tempo, envolve múltiplos saberes e está longe de ser trivial. Este texto é inspirado na leitura epistemológica feyerabendiana, que sugere uma abordagem metodológica pluralista para o ensino das ciências.
Razões que sustentam esse entendimento:
1. Nossa concepção demasiadamente ingênua do homem, da sua circunstância social, do seu processo de elaboração do conhecimento e, por consequência, do mecanismo de sua aprendizagem.
  1. A evolução das ideias educacionais se encontram ligadas à evolução da própria humanidade, ficando portanto sujeita ao tempo e circunstância.
Os estudantes variam em suas motivações e preferências, no que se refere ao estilo ou ao modo de aprender, e mesmo na sua relação com o conhecimento. Isso sem mencionar as suas habilidades mentais específicas, ritmos de aprendizagem, nível de motivação e interesse para uma determinada disciplina, persistência dedicada a um problema, experiências vividas pelo grupo social a que pertencem. Esses fatores que podem vir a ser colocados numa sala de aula, certamente influenciam, entre outros, a qualidade e a profundidade da aprendizagem, como, também, a decisão do emprego da estratégia metodológica. Portanto, é questionável uma ação educacional baseada num único estilo didático, que só daria conta das necessidades de um tipo particular de aluno ou alunos e não de outros.
Parece-nos difícil imaginar que estratégias instrucionais que procuram, por exemplo, encontrar exclusivos caminhos, tendo por base o vagar através de uma exploração intelectual autônoma, ou mesmo coletiva, são inquestionavelmente efetivas. Da mesma forma se questiona o ensino tradicional objetivista-empirista quando advoga ou prescreve o domínio de um ensino mecânico, ritualista, de observação, de audição, centrado tão somente no professor. O entusiasmo por certos ideais pedagógicos que, por ventura, vinculam ações didáticas, parecem não reconhecer a possibilidade de existirem alunos que não se adaptam pedagogicamente a um determinado estilo de ensino, deixando de desconsiderar, na prática, um princípio facilmente constatável, presente em qualquer sala de aula, segundo o qual os aprendizes partem de condições iniciais desiguais e diferenciadas, pois têm trajetórias de vida cognitiva, motivacional e emocional distintas.
Neste contexto é possível afirmar que todos os modelos e metodologias de ensino têm vantagens e restrições. Além disso outros fatores interferem no processo ensino-aprendizagem, a saber:
I- Fatores avaliativos das práticas docentes adotadas no processo ensino-aprendizagem: qualidade, profundidade, o tempo de retenção do conteúdo e a extensão da aprendizagem, número de alunos motivados e interessados.
II- Formas de enfrentamento docente frente a problemas da sala de aula: profissional com perfil curioso, inquieto, de mente viva e capacitado, pronto a buscar novas soluções nas situações diversas.
III- Quanto mais variado e rico for o meio intelectual, metodológico e didático fornecido pelo professor no contexto escolar, maiores condições ele terá de desenvolver uma aprendizagem significativa da maioria de seus alunos.

Síntese do texto: Pluralismo Metodológico no Ensino de Ciências
Autores: Carlos Eduardo Laburú; Sérgio de Mello Arruda; Roberto Nardi. Ciência e educação. 2003. Acessado no site: http://www.scielo.br/pdf/ciedu/v9n2/07.pdf, em 29/03/2011.


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